quarta-feira, 22 de abril de 2015

Evocação do Dia da Terra com uma tertúlia

A preocupação com a deterioração do Ambiente ditou que, desde 1970, o dia 22 de abril constituísse uma jornada de alerta e de compromisso na preservação da sustentabilidade da Terra.
Associando-se a este pacto, a equipa das Bibliotecas Escolares convidou, para a 9.ª edição da “Tertúlia Conversas ao Borralho”, oito personalidades que, em conjunto, apontassem soluções alternativas ao futuro ameaçado do planeta.
Aceitaram o desafio os professores doutores Jorge Paiva (Universidade de Coimbra) e Patrícia Sá (Universidade de Aveiro), os músicos Andreia Monteiro, Constança Monteiro, Daniel Mendes e Manuel Ribeiro, as narradoras Graça Boaventura e Sofia Souto Moniz, os quais conferiram à tertúlia - tradicionalmente muito informal - a profundidade e a reflexão que se impunha.
Num ambiente feérico, iluminado por velas, Graça Boaventura abriu a tertúlia, lendo excertos da Carta do Chefe índio Seattle ao Grande Chefe de Washington, o que desde logo deixou no ar uma frase - Tudo o que acontece à Terra acontece aos filhos da terra…
Seguiram-se Andreia Monteiro, no violino, Constança Monteiro, na flauta transversal, e Daniel Mendes, no saxofone, que interpretaram “Verdes são os campos” e “Milho verde”, de José Afonso.
Veio então um momento aguardado com emoção por alguns elementos do público, todos eles antigos alunos do orador – a intervenção de Jorge Paiva, subordinada ao tema A biodiversidade e a humanidade.
No seu decurso, o botânico, com mestria e energia, surpreendentes do alto dos seus 82 anos, avisou que só mantendo a diversidade das espécies, vegetais e animais, se pode garantir o equilíbrio ambiental.
Manuel Ribeiro interveio em seguida. Afagando a guitarra portuguesa, que construiu com as suas mãos, deu a ouvir “Verdes Anos”, de Carlos Paredes, e um medley de temas gandareses.
Depois, Patrícia Sá tomou a palavra, com uma interação muito participada pelo público em torno de “Educação e Sustentabilidade”. No espírito de todos, ficou presente que é possível inverter o fluxo das assimetrias mundiais, partilhando melhor os recursos e consumindo de uma forma mais responsável.
Para terminar, Sofia Souto Moniz, narrou o conto “O ngungo e a jiboia”, uma metáfora sobre a aprendizagem de novos comportamentos, em que o bem de todos se deve sobrepor ao bem-estar individual.
No final, e obedecendo ao espírito da tertúlia, nada foi comprado para oferecer aos convidados. As lembranças saíram da horta (a sopa e a salada de flores do jantar, o berço de couves) e do labor dos elementos BE (os sacos de cheiro foram feitos à mão e recheados com ervas aromáticas recolhidas nos bosques de Mira).
A tertúlia, no seu nono ano, foi de novo um acontecimento memorável o que leva a dizer… até para o ano!


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